quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Despedida de Solteira

___Hoje, quando acordei pela manhã, me flagrei pensando muito nele. A umidade na minha calcinha denunciava o estilo do pensamento que eu estava tendo. Faz quase 3 meses desde a última vez que estivemos juntos. Pensei mais um pouquinho nele, levantei e fui tomar um banho. Por volta das 10 da manhã, me surpreendi com uma mensagem dele, dizendo que não podia ficar muito tempo sem ter notícias minhas. Só não me surpreendi com a coincidência, pois sempre tivemos uma sinergia inexplicável, embora para nós fosse extremamente compreensível. Trocamos algumas mensagens e entre algumas opções decidimos por almoçar juntos.

___Fui ao encontro dele e no trajeto as lembranças da última vez que estivemos juntos roubavam a minha atenção. Foi numa noite fria como as de inverno. Eu e uma amiga estávamos voltando de um aniversário quando percebi que nosso trajeto passaria pela casa dele. Senti muita vontade de vê-lo e sem demora lhe enviei uma mensagem - Tá em casa, ou tá na noite?. Em casa... por? - foi sua resposta. - Acabo de passar pela tua casa e me deu saudade e muita sede por um bom vinho. Ele - Acabas de me despertar o mesmo desejo, chega ai!. Dez minutos depois - To aqui. Desce! - Sem muita demora ele apareceu já com uma garrafa de vinho, um português de nome curioso que gosto muito: Periquita. Entramos no carro e saímos meio que sem rumo pela cidade, colocando o papo em dia e idealizando onde poderíamos beber aquele vinho, já que o seu apartamento e o meu não estavam disponíveis. Lembrei dos tempos em que parávamos de carro em qualquer rua escura e ali mesmo tratávamos de embaçar todos os vidros ao ponto da umidade acumular e escorrer pelo vidro como se estivesse refletindo o que acontecia entre minhas pernas. Eu adorava aquele perigo, mas infelizmente hoje em dia isso não é mais possível. Continuamos andando mais um pouco até que ele propôs um Motel.

___Cheguei na frente do seu prédio e ele já estava lá me esperando, dessa vez sem um vinho consigo. Me beijou no rosto e me abraçou forte. Sentir seu cheiro novamente fez minhas pernas ficarem bambas. Percebi que ele também se abalou quando me viu, mas ele sempre mantém uma distância respeitosa, pois, sempre procura compreender minhas reais intenções antes de agir. Ele propôs um restaurante árabe, que por coincidência eu estava há tempos querendo conhecer. Ficava perto da casa dele. Não demorou muito e já estávamos lá, sentados numa boa mesa, um de frente para o outro, esperando o rodízio - bastante oportuno devido à nossa ignorância quanto à culinária árabe - e escolhendo um vinho para bebermos. A primeira observação que ele fez - Não tem Periquita. - Alias, nunca encontrei Periquita nos restaurantes, só no Super.

___Abrimos aquele Periquita ainda no carro, na garagem do quarto do Motel. Ele trouxe consigo um saca rolhas e nossos primeiros goles foi no gargalo mesmo. Sei que existe a tradição de ao servir-se não deixar a gota escorrer pela garrafa, mas o que dizer de uma gota que saiu pelo canto de minha boca e escorreu pelo meu rosto indo em direção ao meu colo? Se é gafe ou não, não sei, mas com certeza ele não considerou como uma, pois interceptou a gota com sua boca no meu entre-seios e delicadamente seguiu o trajeto percorrido pela gota até encontrar minha boca com a sua. Que saudade eu estava daquele beijo! Meu corpo todo se arrepiou ao sentir que suas mãos percorriam minhas costas, pressionando nossos corpos um contra o outro. Nossa! Quantas mãos ele tem? Sinto em minhas costas, em minhas coxas, em meus seios, em meu sexo... Percebi de repente minha boca livre e agora o que me arrepiava eram seus lábios percorrendo meu pescoço... passando pelos seios... e descendo, pois nesse momento ele já havia me deixado completamente nua... passou entre minhas coxas e subindo lentamente até atingir minha virilha. Me subiu um fogo por todo corpo, segurei seus cabelos com as duas mãos, direcionei sua cabeça para exatamente onde eu queria e disse - Chupa, vai! To morrendo de saudade! Faz daquele jeitinho que eu amo e que só tu sabe fazer! - E ele fez. Ainda aproveitou o vinho, virou no meu monte de vênus, deixando escorrer e bebendo logo abaixo. Fui ao êxtase.

___Logo que acabou o vinho, já estávamos fartos de tanta comida que o rodízo árabe proporcionou. Nos olhamos como quem se pergunta se queremos pedir a sobremesa e nossos olhares responderam que seria um cafezinho no máximo. Enquanto o garçon trazia o café, ele me perguntou - Então, o que teu namorado faz da vida? - Sim, estou namorando e essa foi a novidade do almoço. Falamos bastante do meu novo namorado durante o almoço, principalmente de suas inseguranças. Ele me olhou nos olhos e disse - És tu quem deves passar essa segurança para ele, fazendo exatamente como fizeste comigo no passado. De fato havia funcionado no passado, devo ser boa nisso. Meu 'ex', na minha frente, me dando dicas de como agir com o 'novo'. Tu realmente não existe - disse a ele. Na verdade, apenas repeti o que sempre digo e ele retribuiu com aquele sorriso tímido de sempre. Com certeza não sou a primeira, tão pouco a última que diz ou pensa isso.

___Queres dizer então que aquele nosso último encontro foi a tua 'Despedida de Solteira'? - ele me perguntou sorrindo enquanto nos despedíamos na frente do restaurante. Sim, na prática foi - respondi. Me desejou muita felicidade e fomos um para cada lado. Voltando para casa novamente veio aquele pensamento de sempre: "Quem o vê não dá nada, mas quem dá...".

2 comentários:

  1. Dentro todos os comentários que eu poderia fazer, me resta apenas o "triste".

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  2. Alma gêmea não faz comentários.. apenas vê refletidas partes verdadeiras de si mesma, e as reconhece como a si mesma, da alma toda.(estranho? complexo.. mas verdadeiro de coração!!)

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